Planta carnívora (Dionaea muscipula)

Adquirida no Horto do Campo Grande, esta deve ser a planta que mais cuidados inspira no “jardim”. Mas, mesmo assim, não se trata de nada de especial. Apenas algumas regras.

A primeira e, talvez, a mais importante, regar APENAS com água destilada. Eu uso aquela mais barata, de marca branca. Os sais minerais presentes nas água corrente é prejudicial à Dionaea, levando-a à morte. Quem tiver paciência, também pode recolher a água da chuva. Mas considerando o tempo, cada vez mais seco que vamos tendo... Ah, e ferver a água da torneira não funciona! Isto não tem qualquer influência na quantidade de impurezas dissolvidas na água. Logo, água fervida  não é o mesmo que a água destilada.

A terra deve estar sempre húmida. Assim, pode ser necessário regá-la todos os dias. É absolutamente necessário que o vaso em que ela esteja, tenha escoamento. Porquê? Quem percebe do assunto diz que a melhor forma de regar esta variedade, será o de pôr a água no prato. As raízes da planta, recolhem a água através dos furos de escoamento. Eu, no entanto, não faço isso. Rego directamente a terra. A água vai acabar por ir para o prato de qualquer maneira e, aí, a planta faz o que tem a fazer. Faço isso, para que o musgo que cobre a terra também esteja sempre húmido. Isto é um ponto a ter em conta quando se adquire uma planta desta. É preciso verificar se a terra está coberta de musgo. É sinal que a planta está saudável e que ainda se pode manter por muito tempo. A função do musgo é o de reter a água e ter sempre o vaso húmido. Não vale a pena acrescentar mais musgo àquele que já vem, porque nem todo o musgo é igual e nem todos servem este propósito. Além disso, o musgo multiplica-se sem problemas.

Muitas pessoas, quando compram esta planta, na euforia inicial, começam a dar insectos a torto e a direito, a meter os dedos só para ver as armadilhas a fecharem, etc. Outro grande erro!! Esta planta, apesar de ser “carnívora”, não deixa de ser apenas...uma planta! Tudo aquilo que realmente precisa é água e sol! Sol directo, de preferência. Se ela estiver no exterior, poderá apanhar as presas por ela, sem necessidade de qualquer ajuda nossa. Se ela estiver no interior, de vez em quando, podemos, de facto, dar-lhe qualquer coisinha. Mas também isto responde a algumas regras! 

                                           A flor distingue-se facilmente do resto da planta.

Primeiro: alimentá-la, sempre, com insecto vivos.

Segundo: nunca utilizar insectos com exoesqueleto. Ou seja, com esqueleto exterior. Com carapaças duras, etc. A planta não consegue digerir estes insectos e a armadilha acaba por apodrecer e morrer. Sugiro moscas.

Terceiro: Apenas alimentar uma, no máximo, duas armadilhas por semana. Encher as armadilhas todas de uma vez, dá mau resultado.

Quarto: não é propriamente uma regra para a alimentação, mas é sempre importante referir. Nunca colocar os dedos nas armadilhas! O acto do fechar das armadilhas gasta muita energia à planta. Se ao fazer isso, não tiver presas, pode morrer.

Mais coisas: não fertilizar a planta; em dias muitos quente (acima dos 30º),podemos borrifá-la com água, ocasionalmente;

De vez em quando ( no meu caso tem sido, mais ou menos de três em três ou de quatro em quatro meses) ocorre a floração. Regra geral: não a deixar florir. Cortar a flor. A não ser que se queira as sementes, para plantação noutros locais. O crescimento da flor, provoca um grande desgaste de energia da planta, podendo provocar a morte de algumas folhas (armadilhas). No meu caso, corto a flor. De qualquer maneira, as armadilhas estão sempre a morrer e a crescer novas. A planta não precisa da flor para crescer e desenvolver.

                     Nunca arrancar a flor. Com uma tesoura, faz-se um corte limpo.

Durante o Inverno a planta entra numa fase normal de hibernação (Novembro - Abril), durante a qual deverá ser mantida fria (entre 4 e 12ºC). A rega deverá ser reduzida até o solo se encontrar pouco húmido. A planta também não precisa de muita luz durante esta fase. Algumas folhas (ou mesmo todas) poderão morrer durante este período, tornando-se negras e apodrecendo.

Respeitando estas orientações que mencionei, podemos ter uma Dionaea saudável e durante muito tempo.

Já tenho a minha há um ano, cujos únicos cuidados, foram aqueles que já mencionei. Ter a planta sempre ao sol, regá-la diariamente com água destilada e dar-lhe um suplemento extra, quando tenho paciência e sorte, de para apanhar alguma mosca.